Porto do Rio de Janeiro, dia 10 de
dezembro de 1875.
Nesta
data após mais de vinte seis dias confinados no navio, chegam ao porto do Rio
de Janeiro. No desembarque são apresentados os documentos para as autoridades
brasileiras, sobem a bordo as autoridades sanitárias que realizam a vacinação.
São alojados na Hospedaria dos Imigrantes, antigo depósito de mercadorias do
porto do Rio de Janeiro. As hospedarias
de Pinheiros e Ilha das Flores só
passaram a funcionar a partir de 1877, onde foram feitos os primeiros registros
de entrada de imigrantes.
O
movimento no porto é intenso, as condições são precárias, as estruturas
colocadas a disposição dos imigrantes eram muito deficientes ou inexistentes,
pessoas que tinham viajado durante dias, muitos doentes, muitas crianças e
idosos, as informações aos imigrantes não eram precisas, os imigrantes eram em
sua maioria, pessoas com baixo grau de instrução, maioria analfabeta,
dificuldade de comunicação devido aos idiomas diferentes e a falta de
interpretes.
Cais Pharoux, Praça D. Pedro II, atual Praça XV de novembro; ao fundo, morro
do Castelo e o Pão de Açúcar. Obra Marc Ferrez (1843-1923), integra o acervo do
Instituto Moreira Sales. Rio de Janeiro
entre 1878-1888. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/
O
“mal dell’água” (o mal da água)
Ao
desembarcarem no porto do Rio de Janeiro os imigrantes chegavam acometidos, em sua grande maioria
pelo “mal da água. A pele do corpo, devido à água saloba do mar, se renovava,
descamando o corpo todo. Ficavam “pelados” segundo o senhor Vitório Pedro
Tommasin, 89 anos, filho de imigrantes.
Essa parada tem duas finalidades: a primeira de fazer o registro de entrada no Brasil, verificar o destino a seguir e regularizar a documentação das famílias dos imigrantes. O segundo motivo da parada é por questões sanitárias, obrigatória a permanência em quarentena, no mínimo de 40 dias para controle de doenças como infestação por piolhos, para curarem-se da sarna ou outros surtos provocados por parasitas, além da vacinação. Muitas vezes essa parada para a quarentena não era cumprida, muitos imigrantes foram desviados para outros destinos, diferentes daqueles que haviam sido indicados por ocasião do contrato com a agência. A capital brasileira em 1875 estava infestada pela febre amarela e vinha vitimando muitos estrangeiros, por essa única razão, a permanência desses imigrantes no Rio de Janeiro foi muito curta.
Certificado de registro de entrada
no Brasil de Luigi Giácomo Salvatore
Rampanelli, filho de Giuseppe e Ângela, encontrado na Paróquia Santo Antônio de
Bento Gonçalves que atesta que a sua
entrada no Brasil, se deu pelo porto do
Rio de Janeiro. Fonte: Projeto Imigrantes.
O
documento a seguir atesta a entrada de Giuseppe e Ângela no Brasil pelo Rio de
Janeiro em 1875, conforme consulta ao arquivo histórico do Projeto Imigrantes.
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