segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Família Rampanelli - Capítulo XVI - A chegada da Família Rampanelli no Rio de Janeiro.

 

Porto do Rio de Janeiro, dia 10 de dezembro de 1875.

 

            Nesta data após mais de vinte seis dias confinados no navio, chegam ao porto do Rio de Janeiro. No desembarque são apresentados os documentos para as autoridades brasileiras, sobem a bordo as autoridades sanitárias que realizam a vacinação. São alojados na Hospedaria dos Imigrantes, antigo depósito de mercadorias do porto do Rio de Janeiro.  As hospedarias de  Pinheiros e Ilha das Flores só passaram a funcionar a partir de 1877, onde foram feitos os primeiros registros de entrada de imigrantes.

            O movimento no porto é  intenso,  as condições são precárias, as estruturas colocadas a disposição dos imigrantes eram muito deficientes ou inexistentes, pessoas que tinham viajado durante dias, muitos doentes, muitas crianças e idosos, as informações aos imigrantes não eram precisas, os imigrantes eram em sua maioria, pessoas com baixo grau de instrução, maioria analfabeta, dificuldade de comunicação devido aos idiomas diferentes e a falta de interpretes. 

 

Cais Pharoux, Praça D. Pedro II, atual Praça XV de novembro; ao fundo, morro do Castelo e o Pão de Açúcar. Obra Marc Ferrez (1843-1923), integra o acervo do Instituto Moreira Sales.  Rio de Janeiro entre 1878-1888. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/

O “mal dell’água” (o mal da água)

                        Ao desembarcarem no porto do Rio de Janeiro os imigrantes  chegavam acometidos, em sua grande maioria pelo “mal da água. A pele do corpo, devido à água saloba do mar, se renovava, descamando o corpo todo. Ficavam “pelados” segundo o senhor Vitório Pedro Tommasin, 89 anos, filho de imigrantes.

            Essa parada tem duas finalidades: a primeira de fazer o registro de entrada no Brasil, verificar o destino a seguir e regularizar a documentação das famílias dos imigrantes. O segundo motivo da parada é por questões sanitárias, obrigatória a permanência em quarentena, no mínimo de 40 dias para controle de doenças como infestação por piolhos, para curarem-se da sarna ou outros surtos provocados por parasitas, além  da vacinação. Muitas vezes essa parada para a quarentena não era cumprida, muitos imigrantes foram desviados para outros destinos, diferentes daqueles que haviam sido indicados  por ocasião do contrato com a agência. A capital brasileira em 1875 estava infestada pela febre amarela e vinha vitimando muitos estrangeiros, por essa única razão, a permanência desses imigrantes no Rio de Janeiro foi muito curta.

 


 

 





Certificado de registro de entrada no Brasil de Luigi Giácomo  Salvatore Rampanelli, filho de Giuseppe e Ângela, encontrado na Paróquia Santo Antônio de Bento Gonçalves  que atesta que a sua entrada no Brasil,  se deu pelo porto do Rio de Janeiro. Fonte: Projeto Imigrantes.

 




                        O documento a seguir atesta a entrada de Giuseppe e Ângela no Brasil pelo Rio de Janeiro em 1875, conforme consulta ao arquivo histórico do Projeto Imigrantes.




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