segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Família Rampanelli - Histórias da Família 6 - Uma vida marcada por tragédias.

 

       O  casal  ANTONIO RAMPANELLI e  LUCIA MORO – Uma vida marcada por tragédias.

                                                                      Fonte: Produzido pelo autor

            Antônio Rampanelli era filho de Pietro Giovanni Rampanelli e Virginia Cassoli, nasceu em 1893 na Linha José Júlio, junto ao Rio das Antas, na época Vila de Bento Gonçalves/RS, hoje território pertencente à cidade de Veranópolis/RS. Este lugar pela dificuldade de acesso ficou conhecido como o “cafundó do rio das Antas”.

                                         Lúcia Moro e Antônio Rampanelli. Fonte: Acervo familiar

            Antônio casou com Lúcia Moro, nascida em 1896, também na Linha José Júlio. Lúcia era filha de Andrea Moro e Tereza Gasparetto e desta união tiveram nove filhos legítimos: Elio, Hildebrando, Anacleto, Reinaldo, Leodonio, Adelino 1, Adelino 2, Doralice e Leonilda Rampanelli e mais dois filhos adotivos: Terezinha Schinaider e Mário Rampanelli. Terezinha era filha de Leonilda Rampanelli e de Pedro Schinaider e foi criada pelos avós Antonio e Lucia. Terezinha ainda vive e reside na cidade de Cascavel/PR. Mário era sobrinho/neto de Antonio e Lúcia, filho do sobrinho Pergentino Rampanelli e neto de João Rampanelli, irmão de Antônio.

                                            Andrea Moro e Tereza Gasparetto.  Andrea morreu afogado no rio das Antas em Bento Gonçalves em 1911. O corpo não foi encontrado. Fonte: Acervo familiar

            A vida da família de Antônio e Lucia não foi de facilidades, tiveram que passar por muitas dificuldades, como diz a neta Tereza: “uma família guerreira, uma família de heróis”. A família mudou-se da Colônia de Alfredo Chaves, hoje Veranópolis, para a Colônia Erechim, na região de Erval Grande no norte do Rio Grande do Sul em busca de novas terras. Muitas picadas na mata foram abertas pela família para chegar aos lotes adquiridos.

            Após alguns anos a família se dividiu, uma parte dela foi para Santa Catarina, desbravando as matas virgens da região de Abelardo Luz e Coronel Freitas. Só mais tarde o filho Elio que trabalhou como balseiro, transportando madeira pelo rio Uruguai, segundo sua filha Tereza teria realizado 13 viagens, se juntou aos irmãos em Santa Catarina.

            A vida da família de Antonio Rampanelli e de Lucia Moro foi marcada por muitas tragédias. A primeira ocorreu com o pai de Lucia, Andrea Moro, que morreu em 1911, por afogamento no rio das Antas em Bento Gonçalves. A segunda foi com o filho mais velho, Adelino Rampanelli morto a tiros numa emboscada. Antonio e Lúcia ao nascer mais um filho, colocaram também, em homenagem ao filho falecido, o seu nome Adelino. Mais uma vez uma tragédia  marcou a família e está atingiu o pequeno Adelino com apenas 18 meses de idade, foi atingido acidentalmente por um tiro disparado por um peão, que veio comprar cachaça produzida pela família de Antonio e Lucia. . Outro filho, Hildebrando Rampanelli, ao se defender de uma emboscada, também de imigrantes poloneses, acabou matando a tiros um deles. Foi condenado a seis (6) anos de prisão e cumpriu sua pena na Cadeia Pública de Porto Alegre, conhecida como o cadeião do Gazometro.

    
À esquerda: Adelino Rampanelli, morto a tiros por imigrantes poloneses numa emboscada. À direita Hildebrando Rampanelli, também foi emboscado por imigrantes poloneses, reagiu e matou um deles. Foi preso e condenado, cumpriu pena no Cadeião do Gazometro em Porto Alegre-RS. Fonte: Acervo familiar

            Exatamente no dia 08 de Outubro de 1979 mais uma dupla tragédia se abateu sobre a família. Os filhos dos já falecidos, Antonio e Lucia, Elio Rampanelli e o filho adotivo, sobrinho/neto Mário Rampanelli morreram afogados no rio Chapecó, ao fazer a travessia do rio durante uma enchente, a velocidade da água virou a canoa, jogando os dois na água. Essa história já foi contada em capítulo anterior.

À esquerda: Mário Rampanelli. À direita: Elio Rampanelli. Ambos morreram afogados no rio Chapecó ao salvar Iracema (esposa de Mário) e Nelson (filho de Elio). Fonte: Acervo familiar.

              Mesmo com destinos tão trágicos a família foi levando a vida e superando as dificuldades que se apresentavam.

            Hoje, Antonio e Lúcia tem um grande número de descendentes espalhados por esse Brasil afora. Antonio faleceu em 1965 e Lucia em 1968, ambos com 72 anos de idade. Estão sepultados em Coronel Freitas/SC.


 


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