Os casamentos na Colônia Dona
Isabel
Os
casamentos, nos primórdios da Colônia Dona Isabel, tinham um ritual próprio, de
acordo com os costumes adotados pelos colonos imigrantes. Julio Lorenzoni nos
relata como esses casamentos aconteciam:
“Aos sábados, quase sempre, nós
moradores da Vila, entre nove e dez horas da manhã, víamos chegar, dos diversos
pontos que davam entrada ao local, uma longa fileira de cavalarianos, de ambos
os sexos, que acompanhavam o casal, tendo quase sempre, para rematar, um
tocador de harmônica. Tocava ele melodias bem agradáveis, que mantinham alegre
a numerosa comitiva. Esses cavaleiros, em sua maioria jovens, faziam sua entrada na Vila, dirigindo-se à Igreja e,
ao troar de tiros de pistola e o repicar sonoro dos sinos, que ecoavam pelos
vales circunvizinhos, encaminhavam-se para a realização do matrimônio.
Terminada a festiva cerimônia, com santa missa, os esposos, e seus
acompanhantes, voltavam a suas casas, onde os esperava um lauto banquete. Quase
sempre, a festança se prolongava durante todo o dia, a noite e parte do dia
seguinte”.(LORENZONI, 1975, p.204).
Os casamentos eram apenas no religioso
O
imigrante Julio Lorenzoni, escrivão do Registro Civil da Vila de Bento
Gonçalves por 36 anos, via esses matrimônios celebrados apenas na Igreja, que
pela lei, a esposa não passava de uma concubina e os filhos não podiam ser
registrados como legítimos. Ele elenca vários motivos para que assim fosse:
“distância da sede (de vinte a trinta
quilômetros), falta de estradas para carroças, o aumento da família, contando
essa, a maior parte das vezes, dois, três e até quatro crianças com menos de
cinco anos, que os pais não poderiam deixar sozinhas em casa”. [...] “Para
alguns, existia também a falta de meios e, para outros, a má vontade do marido
em querer legalizar sua união e sua prole perante a lei.” [...] “que, alguns
dos mais renitentes, legalizaram sua família quando tinham dez e doze filhos,
alguns de mais de vinte anos de idade”. (LORENZONI, 1975, p.205)
Os casamentos da segunda geração da
família Rampanelli
Vila Dona Isabel, 08 de Novembro de
1884.
Casamento de Luigi Rampanelli
X Constanza Pozza
Foi
realizada na Paróquia Santo Antônio de Bento Gonçalves a cerimônia de casamento
do meu tio-avô Luigi Giacomo Salvatore Rampanelli com Constanza Pozza, ambos de
nacionalidade austríaca, de profissão agricultores. Ele é filho de meus
bisavôs, Giuseppe Rampanelli e Ângela Nicolodi, ela é filha de Nicolas Pozza,
imigrante tirolês que chegou à Colônia Dona Isabel em 24.12.1875. Segundo relato de familiares o casamento não foi bem aceito na família e que o casal fugiu, da casa dos pais, para poder efetivar o casamento.
Este
registro consta no livro de casamentos número 15 da Paróquia de Santo Antonio
de Bento Gonçalves, e esta certidão foi emitida pelo Projeto Imigrantes, em
04.07.2001.
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