sexta-feira, 7 de março de 2025

Família Rampanelli - Capítulo XXIV - Os casamentos dos filhos de Giuseppe e Ângela - Parte 1 - O casamento de Luigi Rampanelli com Constanza Pozza

 

                          Os casamentos na Colônia Dona Isabel

                           Os casamentos, nos primórdios da Colônia Dona Isabel, tinham um ritual próprio, de acordo com os costumes adotados pelos colonos imigrantes. Julio Lorenzoni nos relata como esses casamentos aconteciam:

               “Aos sábados, quase sempre, nós moradores da Vila, entre nove e dez horas da manhã, víamos chegar, dos diversos pontos que davam entrada ao local, uma longa fileira de cavalarianos, de ambos os sexos, que acompanhavam o casal, tendo quase sempre, para rematar, um tocador de harmônica. Tocava ele melodias bem agradáveis, que mantinham alegre a numerosa comitiva. Esses cavaleiros, em sua maioria jovens, faziam  sua entrada na Vila, dirigindo-se à Igreja e, ao troar de tiros de pistola e o repicar sonoro dos sinos, que ecoavam pelos vales circunvizinhos, encaminhavam-se para a realização do matrimônio. Terminada a festiva cerimônia, com santa missa, os esposos, e seus acompanhantes, voltavam a suas casas, onde os esperava um lauto banquete. Quase sempre, a festança se prolongava durante todo o dia, a noite e parte do dia seguinte”.(LORENZONI, 1975, p.204).

                                    Os casamentos eram apenas no religioso

                        O imigrante Julio Lorenzoni, escrivão do Registro Civil da Vila de Bento Gonçalves por 36 anos, via esses matrimônios celebrados apenas na Igreja, que pela lei, a esposa não passava de uma concubina e os filhos não podiam ser registrados como legítimos. Ele elenca vários motivos para que assim fosse:

            “distância da sede (de vinte a trinta quilômetros), falta de estradas para carroças, o aumento da família, contando essa, a maior parte das vezes, dois, três e até quatro crianças com menos de cinco anos, que os pais não poderiam deixar sozinhas em casa”. [...] “Para alguns, existia também a falta de meios e, para outros, a má vontade do marido em querer legalizar sua união e sua prole perante a lei.” [...] “que, alguns dos mais renitentes, legalizaram sua família quando tinham dez e doze filhos, alguns de mais de vinte anos de idade”. (LORENZONI, 1975, p.205)

Os casamentos da segunda geração da família Rampanelli

Vila Dona Isabel, 08 de Novembro de 1884.

Casamento de Luigi  Rampanelli  X Constanza Pozza

                        Foi realizada na Paróquia Santo Antônio de Bento Gonçalves a cerimônia de casamento do meu tio-avô Luigi Giacomo Salvatore Rampanelli com Constanza Pozza, ambos de nacionalidade austríaca, de profissão agricultores. Ele é filho de meus bisavôs, Giuseppe Rampanelli e Ângela Nicolodi, ela é filha de Nicolas Pozza, imigrante tirolês que chegou à Colônia Dona Isabel em 24.12.1875. Segundo relato de familiares o casamento não foi bem aceito na família e que o casal fugiu, da casa dos pais, para poder efetivar o casamento.

                        Este registro consta no livro de casamentos número 15 da Paróquia de Santo Antonio de Bento Gonçalves, e esta certidão foi emitida pelo Projeto Imigrantes, em 04.07.2001.

Nenhum comentário:

Postar um comentário