De Roça Reúna a Colônia Alfredo Chaves
Estava
arraigado na memória de nossos antepassados a continuidade do sonho de fazer a
América mas para isso foi preciso quebrar o isolamento imposto pelo rio das
Antas e avançar sobre as terras da Colônia Alfredo Chaves, o que aconteceu a
partir de 1884, que inicialmente se chamava de Roça Reúna e Povoado Novo, que era chamada pelos imigrantes de “Paese
Novo”.
De Colônia Alfredo Chaves à Veranopólis
A Colônia recebeu o nome
de Alfredo Chaves em homenagem ao
político gaúcho Alfredo Rodrigues Fernandes Chaves que em 1875 foi Diretor
Geral de Colonização. A Colônia teve muitas dificuldades de se desenvolver nos
primeiros anos, devido a falta de estradas, e as picadas abertas na mata densa
que cobria toda a região criou obstáculos quase instransponíveis para o
transporte dos produtos coloniais, pois o centro comercial mais próximo era São
João de Monte Negro.
Também não havia pontes
sobre os rios e a viagem de ida e volta levava 30 dias. Até 1953 a travessia do rio das Antas era
feita exclusivamente por barcas/balsas.
O rio das Antas funcionou
como um obstáculo para a população daquela época, devido as margens serem muito
acidentadas. Dificultou a passagem dos imigrantes para a região da Colônia
Alfredo Chaves, por isso a colonização das terras dessa região só aconteceu 10
anos após a fundação da Colônia Dona Isabel.
O Cafundó do Rio das Antas
Os primeiros colonos
imigrantes na Colônia Alfredo Chaves(1884) se estabeleceram em áreas
geográficas menos acidentadas, distantes do rio. Os imigrantes, principalmente poloneses que
começaram a chegar no final dos anos 1890, foram encaminhados para ocupar os
lotes mais isolados do Rio das Antas, lugar que ficou conhecido como o cafundó
do Rio das Antas, os piores lotes de terras disponíveis.
Toda a região era coberta
de mata virgem, não havia nenhum vestígio de estradas, nem de vida humana. Todo
imenso matagal era povoado por animais selvagens, entre eles a temível onça
parda que assombrava os colonos atacando seus cães, porcos, cabras e cavalos. O
relevo acidentado do vale das Antas formou uma
barreira quase instransponível, impedindo que houvesse uma ocupação mais
efetiva de suas margens.
No ano de 1896, foi exatamente para o cafundó do
Rio das Antas que os filhos de Giuseppe e Angela, Pietro Giovanni Rampanelli e
Giovanni Rampanelli se dirigiram ao
adquirirem um lote na Linha José Júlio junto ao Rio das Antas na Colônia
Alfredo Chaves, hoje a cidade de Veranopólis.
O vale da desilusão
Segundo relatos de
descendentes de imigrantes que escolheram seus lotes próximos ao rio, viveram o
fim de suas esperanças. O vale em garganta mais do que um caminho revelou-se
uma barreira instransponível. O rio com suas escarpas, torrentes e
desfiladeiros, mais separava do que unia os colonos. Ao rio somava-se a
floresta úmida e cerrada, o lodo tornava intransitáveis as picadas abertas. O
vale das Antas foi o cenário de desilusão, de morte e de fuga de muitos
colonos.
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