segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Família Rampanelli - Capítulo XI - Os filhos austríacos de Giuseppe Rampanelli e Angela Nicolodi

                                            Os filhos austríacos de Giuseppe e Ângela

Tirol Italiano/Áustria  - Cembra, 28 de Março de 1861.

                                                                      

Nesta data nasceu Luigi Giacomo Salvatore Rampanelli, meu tio-avô, o primeiro filho de meus bisavôs, Giuseppe e Ângela.




            Extrato de registro de 19.11.2001, do nascimento encontrado na Paróquia de Santa Maria Assunta da Comuna de Cembra na Província Autônoma do Trento, Itália. Atto nº 19/1861 de 28/03/1861.

 

 

 

 

 


Tirol Italiano/Áustria – Cembra,  07 de Maio de 1866.



 Nesta data nasceu Pietro Giovanni Rampanelli, meu tio-avô, o terceiro filho de meus bisavôs, Giuseppe e Ângela.

 



 

Tirol Italiano/Áustria – Cembra,  06 de Maio de 1869

            


Nesta data nasceu Giovanni Rampanelli, meu tio-avô, o quarto filho de meus bisavôs, Giuseppe e Ângela.






Tirol Italiano/Áustria – Cembra,     26 de setembro de 1874



  Nesta data nasceu Giuditta Rampanelli, minha tia-avó, o sexto filho de meus bisavôs, Giuseppe e Ângela.





Tirol Italiano/Áustria – Cembra, 04 de Setembro de 1863



 Nesta data nasceu Orsola Rampanelli, minha tia-avó, o segundo filho de meus bisavôs, Giuseppe e Ângela.





Tirol Italiano/Áustria – Cembra,   07 de julho de 1872



Nesta data nasceu Orsola Maria Rampanelli, minha tia-avó, o quinto filho de meus bisavôs, Giuseppe e Ângela.

 




OBS: Não foram encontrados registros da entrada no Brasil das irmãs Orsola Rampanelli e de Orsola Maria Rampanelli.

                        Depois de mais de dois anos de pesquisa, encontramos as respostas, que tanto procurávamos para saber o destino das pequenas Orsola e Orsola Maria Rampanelli, filhas de Giuseppe e Ângela. Nossa pesquisa se fixou nos fatos comuns da época e do cotidiano de vida dos que emigraram para a América, encontrando três possibilidades, para ajudar a desvendar a não vinda  das meninas para o Brasil. Se estivessem vivas por ocasião da emigração em 1875, Orsola teria 12 anos e Orsola Maria 3 anos.

                        Como primeira possibilidade, atribuímos às doenças da época que faziam muitas vítimas, principalmente crianças. Para Renzo Grosselli, escritor trentino especialista em assuntos de emigração do Àdige, o que explicaria essa grande mortande de crianças, principalmente por volta dos anos 1875-1900, período da grande imigração, onde  20% das crianças, uma em cada cinco, morriam antes de completar um ano de idade. Os médicos da época atribuiam como causa dessas mortes uma doença definida como “fraqueza congênita”. 

                                               O diagnóstico de um desses médicos explica com o que estavam lidando:


“A pele está murcha, o olhar está semi-alerta, a testa está enrugada, como se tivesse ocorrido as dificuldades da vida; eles nem tem folego para chorar. A coloração era amarela e as crianças de vários meses não conseguiam permanecer sentadas, pois não tinham força. Foi uma morte ligada não apenas à fome, mas a uma desnutrição grave. Esses jovens eram filhos de mães desnutridas e que tinham que trabalhar muito nos campos e em suas casas, até o nascimento e após retomavam esse difícil regime de trabalho sem estarem totalmente recuperadas”.

                        Outra possibilidade é que tenham morrido na viagem, pois também várias doenças, entre estas a varíola, acometiam os emigrantes nos navios, considerando que as condições de higiene era muito precárias, principalmente crianças e idosos. Os mortos nos navios eram jogados ao mar.

                        O descendente de imigrantes Vitório Pedro Tommasin, com 89 anos de idade contava sobre as histórias dos imigrantes que ouvia de sua mãe: como a da menina que havia falecido no navio e seus familiares colocaram-na dentro de um saco de grisa e a esconderam, pois queriam enterrá-la em terra firme. Dias após, devido à decomposição do corpo e do mau cheiro, a tripulação a encontrou e obrigou seus familiares a jogá-la no mar.

                        Também, dentro das possibilidades do destino das irmãs, mas menos provável, é a de que poderiam ter ficado com familiares, como tios, avôs, coisa comum na época, principalmente os que estavam acometidos  de alguma doença mais séria,  para evitar que morressem devido aos riscos da grande viagem e as incertezas na nova terra.

                        Infelizmente,  o  cruel, sofrido e impensável destino das filhas de Giuseppe e Angela, Orsola Rampanelli (DN: 04/09/1863)  e  Orsola Maria Rampanelli (DN: 07/07/1872),   que não emigraram para o Brasil em 1875, está esclarecido na resposta de nosso e-mail enviado a Diocese do Trento na Itália, que aqui apresentamos o seu inteiro teor:

R: Certificati di morte e di nascita

Yahoo/Entrada             

Renato Giacomelli <renatogiacomelli@diocesitn.it>

Para:Luiz Rampanelli

sex., 23 de out. às 05:27

Buongiorno, di seguito quanto trovato in merito alla sua richiesta:

Orsola Rampanelli è morta il 25/12/1865 a Cembra, mentre Orsola Maria il 10/10/1873, sempre a Cembra.

Renato Giacomelli – archivista

Archivio Diocesano Tridentino

Via Endrici, 14 - 38122 Trento

0461 360215 - r.giacomelli@diocesitn.it

E-mail recebido do Arquivo Diocesano Tridentino do Trento Itália em 23.10.2020.

                        Recebemos também os arquivos que comprovam essa informação, bem como a causa mortis das crianças. Orsola faleceu (25/12/1865) com dois anos e quatro meses de dissenteria e Orsola Maria (10/10/1873) com um ano e três meses tendo como causa mortis difecteria e tosse ferina.

                                Cópias dos registros de falecimento de Orsola e Orsola Maria Rampanelli.









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